segunda-feira, abril 24, 2006

reflexão de um aniversariante

Agora que eu fiz aniversário, eu estava pensando, aniversário é uma data que vai se desvalorizando com o tempo, assim como o Natal e o já extinto – pelo menos pra mim – Dia das Crianças. Graças a Deus a Páscoa é intocável, e todo ano ainda ganho – e anseio!- por algum ovinho da Nestlé. Não faço muita questão de grandes festas ou baladas, prefiro um almoço/jantar com a família (que inclui dois grandes amigos que tenho há 18 anos).

Quando o Natal começou a virar uma data de “aturação familiar pseudo-voluntária” ao invés daquela data mágica da propaganda da Coca-Cola, fui desencanando de festas de calendário. E eu vejo isso nas pessoas mais velhas. Daí conclui que quanto mais velho a gente fica, mais a gente descarta (ou não se empolga) com estas datas. MAS DEVERIA SER AO CONTRÁRIO! Quanto mais velho a gente fica, mais a gente deveria valorizar estas datas, simplesmente porque elas vão ficar cada vez mais raras!

De repente, teu aniversário de 32 anos pode ser o último!!! Vai saber? Então aproveite como se fosse o último! Pense como um jovem no Brasil e da tua grande chance de morrer precocemente por alguma balada perdida, abuso policial, ou alguma dengue, ou sei-lá-o-quê e como cada Natal, cada Aniversário, cada dia da tua profissão, poderá ser o ÚLTIMO.

Sei lá, não quis escrever nenhum texto de auto-ajuda, nem aquelas matérias da Revista Cláudia, mas é que seu eu fosse o meu pai, eu pensaria: pela probabilidade, quantos aniversários ainda me restam??? A gente tem que aproveitar ao máximo.

Bom, depois desse pensamento, como se nada tivesse acontecido ou pensado, eu normalmente almocei com meus familiares e depois fui treinar, como de praxe, tranqüilo e conformado. Deixo pra me preocupar em aproveitar datas festivas quando ficar mais velho.

Outra reflexão é que aniversário pode ser algo meio desanimado não pelo fato de que estamos mais próximos da morte, mas pelo fato de que quanto mais velho você fica, mais responsável você deverá ser. E menos tempo terá pra fúteis diversões. Ou seja, envelhecer vai contra meu estilo de vida. Portanto, abomino aniversário. Daqui em diante eu não faço mais aniversário. Sou o PeterPan! uHAuHauHauAH... não posso falar isso perto do Michel Jackson, se não sou aliciado... blergh!

Talvez esse argumento refute o primeiro: se a proximidade da morte gerasse depressão (por isso não fazemos questão de lembrarmo-nos de nossa não-esternidade), o brasileiro não seria conhecido por sua alegria espontânea (porque como brasileiros ou moradores do brasil, podemos morrer a qualquer momento). Ou será que o pensamento é inverso?? Pelo fato do Brasil levar a sério esse lance de ser um país subdesenvolvido, sua baixa expectativa de vida e o alto grau de risco de morrer repentinamente num assalto, num seqüestro, numa epidemia ou quem sabe numa fila de hospital (cruz credo!), o brasileiro REALMENTE não sabe como poderá ser o dia de amanhã, portanto, ele aproveita cada dia como se fosse o último! Taí a nossa a alegria: a instabilidade existencial! Por isso que a gente é um povo alegre...não temos a nada a perder...Pode ser, é uma tese que tem um certo fundamento.

Eu não ligo muito pra teses verdadeiras. O que eu gosto são de teses que de um modo Aristotélico (talvez a única lógica de persuasão que eu conheça, além do revólver) consiga me convencer de que algo possa acontecer ou ser.

Então é isso. Parabéns pro meus 21 anos, por essa vida cheia de reflexões e teses infundadas, e ano que vem, se eu tiver uma banda eu prometo fazer uma festança. Mas é que dá um trabalho fazer uma festa... tem que pensar num local disponível, espaçoso, comprar bebidas, lugar pra gelar, pensar no lixo, na limpeza do dia seguinte, prepara toda uma logística pra receber os convidados...dá até uma peguiça só de pensar. Uma vez, minha irmã, ficou um dia inteiro arrumando a casa pra fazer a festa dela. Enfeitou a casa, comprou e preparou vários comes&bebes, baita festa bacana. Lá pelas 23h vai chegando o povo, enchendo à meia-noite, e à 1h da manhã minha irmã já tava dormindo de tão cansada que ficou do dia inteiro. A aniversariante DORMIU na própria festa!!

Eu me divirto com essas coisas. Então é isso. Parabéns para mim, para São Jorge, e para os escoteiros, que também foi dia deles.

Ciao!

PS: não que eu, um pseudo-católico-agnóstico-ortodoxo-convicto acredite nessas coisas de Inferno Astral, mas confesso que após meu aniversário estou torcendo pras coisas darem uma melhoradinha...uHAuAHAHUahAUH... isso me lembra um provérbio:

“ jo no creo em brujas, pero que elas existem, existem!”

sábado, abril 22, 2006

pode mas seja breve

Antes que eu me esqueça:
trabalho é uma atividade estúpida que possibilita a aquisição de coisas estúpidas.

uma breve poesia:

vagal, vagal,
que horas são por favor? - não sei, são 5 pra pras 6 pra 7, pra agora, pra ontem. ou não.
tá bom.

e tem essa também:

ócio
osso
oco
loco
louco ócio
ópio posso?
ao fundo do poço.
pois não.

sexta-feira, abril 21, 2006

Dionísio nosso herói, era popularmente conhecido como Dioni.

Dioni era um corredor clássico: em pé, corria. Tênis, sandália, descalço, pé-de-pato, de meia, chuteiras e até tamancos. Amava correr, mais que sua própria vida, humilde, diga-se de passagem... Corria da vida, da dúvida corria. Um dia Dioni conseguiu um emprego de entregador, e saía por aí correndo e entregando, correndo e entregando. Até que no caminho havia um buraco. Um buraquinho maltrapilho maltratado, que de tanto ignorarem ele cresceu e virou um buracão.
Dioni não viu, pisou, preencheu o buraco com a metade do pé, torceu o tornozelo, rompeu vasos sangüíneos e consangüíneos, encheu e inchou o pé.
O pé de Dioni. O pé de Dioni.
-MEU PÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉ! - urrou como um urso que acabara de ter sua hibernação interrompida, ou como um atleta que se fudeu mesmo...

Bom, o final da história é a mesma. Seu celular tocou, você resolveu atender, e esqueceu do cara esguio engraçado que caiu no buraco raso mas profundamente comprometedor, que acabou ali, naquele EXATO momento, sua insípida, incipiente e porque não, volátil, carreira de entregador.

Daí Dioni ficou em casa curando o pé, aproveitou pra estudar umas coisas de Filosofia, Política e História, prestou vestibular, conseguiu bolsa, se formou, casou e constituiu família.

Somos muito felizes hoje em dia. Né Dioini?
-É querida.

Fim.
Triste Fim de Rafael Quaresma

era uma vez um cara chamado Rafael Quaresma. Daí por diante aconteceram muitas coisas, e do nada ele perdeu sua família, seus amigos e viu-se cercado por criaturas e criaturagens que o levaram ao alcoolismo, e depois uma cirrose, e por fim a morte. Morte morrida mesmo, sem ressucistação, nada de cristo.
Pois bem, assim termina aquela que poderia ter sido a história de um médio-volante-avançado com predisposição aos desarmes e contra-ataques fulminantes.
Dizem as más línguas, que sua mãe, numa atitude insípida e violentamente descontrolada queimou seus livros do Kafka e Kerouac, procurando compartilhar a culpa.
Quem compartilha amigo é, já dizia o finado RAfael Quaresma.
Fim.

quarta-feira, abril 19, 2006

umapseudo-crônica de volta ....ou não, como já dizia meu amigo Caetano.

Não é que eu dei o braço a torcer. Não estou voltando pelos inúmeros pedidos de "volta" (acreditem, foram inúmeros). Só estou escrevendo porque não tenho nada pra fazer, porque dei risada com algumas piadinhas bestas das outras crônicas, e porque eu ando lendo muito Kerouac e o cara nem acentuava as coisas direito, viveu a vida inteira com a mãe dele, era um alcoólatra e ainda assim, se tornou um escritor prestigiado. Buenas, ainda não sou alcoólatra, mas vivo com a minha mãe. Estou no caminho. Mais algumas doses, uma cirrose, um pouco de bezendrina e já emplaco algum romance auto-biogáfico repleto de criaturagem.

Sabe, eu ando numa fase meio sacal... já estive bem melhor, agora ando meio na lama. Recebo uma boa notícia pra cada três notícias desagradáveis. Escrever é bom pra extravasar e exprimir sentimentos reprimidos (opa! sentimento reprimido em época de BrockbackMountain é complicado). Mas aí, se eu escrever as coisas mais sentimentais e profundas eu vou deixar a galera deprimida.

Se vocês queriam que eu escrevesse alguma coisa engraçadinha como antes, eu posso tentar:

outro dia, um conhecido meu, meio gordinho (bem meio gordinho), disse SÈRIO, pra mim:
- sou um cara hiperativo.

isso foi engraçado pra mim. É mais ou menos como eu chegar em casa à noite, e dizer pros meus familiares:
-tô quebrado, trabalhei muito hoje.
ou melhor:
-pai, preciso falar uma coisa séria contigo: acho que EU sou um WORKAHOLIC....

me poupe.


Então eu vou contar uma historinha:
Era uma vez uma garota chamada Relapso. Toda vez que ela te via ficava feliz em conhecer uma pessoa nova. Fim.



quando eu pensar em alguma coisa útil, pensarei em vocês (vocês meus fãs) e escreverei de novo. Enquanto isso, continuarei meus esboços de desocupado: www.fotolog.com/stediletto

obrigado pela atenção, vocês sabem aonde me encontrar.