segunda-feira, julho 31, 2006

Gente, respeitem minha salmoura, meu auto-exílio, meu momento 'meu momento'.
O que eu posso fazer? não tenho dinheiro, não tenho emprego, não tenho nem mais o meu direito ao 'pão e circo'. O 'pão' ainda vai, mas e o 'circo'? Cadê? Cadê o meu direito a me alienar com entrenimento? Onde está a minha parte que me cabe no 'ópio do povo'? Não era o futebol?
pÔ... a única coisa que aquele time do Corinthians vai ganhar esse ano é o troféu "Me Poupe Awards-06".
Fora isso, ainda tenho que agüentar essa friaca, que só serve pra matar mendigo e puxar conversa em elevador. E para nós, transeuntes desmotorizados (ou como eu prefiro chamar: sócios do Mercedão-44), esse frio só incentiva à assistir a porcaria do Campeonato Brasileiro. Ou ler um livro. (hmm... bem pensado... droga...)

A vida é assim. Você tem que entrar de cabeça nela, não dá só pra molhar o pé. Aposto que se eu arranjar um emprego de oito horas por dia, resmungar de alguns impostos, do trânsito, o Corinthians começa a ganhar. Aí o 'circo' funciona pra gente não ficar muito revoltado. Senão não, como já dizia um amigo meu... É que nem aquelas famílias americanas protestantes estranhonas, se você não faz o seu dever de casa você não come a sobremesa. É mais ou menos uma analogia sobre ser um cidadão comum e prover de situações de um cidadão comum.

Mas existe alguma coisa mais comum do que ser desempregado? do tipo ainda: desempregado-que-faz-bico, ou como eu digo nas baladas, 'uns frilas'.
Outro dia pintei o criado-mudo da minha tia. cheguei na balada e falei pra galera "fiquei o dia inteiro ocupado com um frila de artes plásticas". Aí eu dei um gole no meu drink colorido e mudei de assunto...uahuahuahauhaua. Quase engasguei com a azeitona.

tô brincando. não minto mais sobre minha profissão. só sobre os meus pais. daí conto uma história bizarra parecida com a do Mogli.

chega. nem eu me agüento com esse meu humor russo.

nesse princípio de segundo semestre, eu desejaria do fundo do meu coração conseguir um emprego. Só pra poder encher a lata no final de semana de consciência limpa. Na verdade essa é a função real do trabalho. Não tem catzo a ver com o 'trabalho dignifica o Homem'. Tem ver com "fazer besteiras de consciência limpa". Bata o carro, não importa, você trabalhou por ele, pagou cada prestação e a toda gasolina. É teu. Bata à vontade. Encha a lata, faça um papelão na frente dos outros, e daí?, você trabalhou a semana inteira e merece se descontrair furiosamente com altas doses alcoólicas. Pra isso que serve trabalhar.
Ah! e também serve pra se livrar de tarefas estúpidas no final de semana, como aquela vez em que eu não tive argumentos plausíveis pra me negar a pintar o criado-mudo da minha tia.

e agora estou cooptando frilas pra não ter que passear com o cachorro dela.
Juro. Até lavo carro.
uahuahuahuahauhah

Mais uma vez, este que vos fala está a brincar.
É claro que eu não pinto criado-mudo, e muito menos vou lavar carro algum num frio desse.
Não estou deprimido, a história do Mogli é mentira, e eu passei o sábado no 'circo'. Mas foi um programa intensivo de samba que eu fiz. Começou no final da tarde e temrinou à 1h. Um lance cultural até.
Acho que vou largar essa vida de publicitário e virar antropóologo pós-moderno da 'zona residencial' (como já dizia o Calvin), e me especialziar em samba-paulista-da-velha-guarda.
Publicidade é muito competitivo, e tem muito mais gente levando a sério essa história de ficar falando besteira por aí do que eu. Besteiras que rimam, popularmente chamado de 'jingle'.

Se eu desenvolver uma tese do samba paulista como uma síntese cultural nacional, onde descendentes de negros quilombolas mesclam sua cultura com o italiano pobre, criando uma nova arte de afirmação e auto-apropriação de identidade coletiva, desmobilizando o etnocentrismo europeu-americano-ocidental-em-geral vigente no século XX, provavelmente algum estudioso do futuro se utilizará dessa dissertação como peça-chave para se completar o mosaico de pluriformalidades que caracteirzam essa geléia-geral chamada povo brasile........

ZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZ

tá bom, eu só queria uma desculpa pra ir ao samba.

beijo
tchau.

segunda-feira, julho 24, 2006

Delícia de salmoura. O lance é se jogar dentro e deixar o tempo passar. Salmoura conserva. Pepino, repolho, até salsicha. Chega de drogas, terapias, portas batidas e telefones não atendidos. O melhor jeito de fugir da vida é se enlatar numa conserva de salmoura. E de preferência colocado num canto escuro, no fundo da despensa, praquele constante abre-e-fecha-acende-e-apaga da geladeira não te acordar de súbito, do seu spa pessoal. E não se esqueça, desligue o celular.

domingo, julho 23, 2006

resposta e mais um conto enquanto uma outra crônica não vem.

ao meus queridos anônimos, respectivas respostas:

1º - sua vó é muita inteligente. Manda um forte abraço pra ela. A 'nona' sabe das coisas. Obrigado por me colocar no time dos bigodes. Com esta fama, provavelmente estaria empregado se eu morasse em San Francisco, CA.

2º - na crônica da semana passada do Ugo Giorgetti e do Luis Fernando Verissimo a Copa ainda era abordada. É que eu faço parte dessa "escola" de cronistas (no meu caso pseudo-), que são muito vinculados com sua cultura nacional, como o futebol, o boi-bum-bá e a sesta depois do almoço. Não consigo me desfazer tão rapidamente desse "envolvimento" emocional que é torcer. Disse que esqueceria o Corinthians, mas não resisti a dar umas espiadas quando o Tevez partia pro contra-ataque neste último jogo. É tipo mulher: a gente finge que esquece, que não quer saber mais, mas sempre damos uma espiadinha pra ver o que está fazendo. Ou não? Ou será que, como aquela mania de se "ver" numa alegoria televisiva, isso só acontece, DE NOVO, comigo? Doido-será-eu?

3º - já estou desempregado e cabeludo. Se eu deixar a barba e o bigode crescer meu pai me expulsa de casa. Ou me acusa de maconheiro e me interna naquele hospício do "Bicho de Sete Cabeças".

respondido.

Agora, um conto.

Da série Um Elefante Incomoda Muita Gente, o Meu Pai Incomoda Muito Mais:

De como meu pai enganou Freud

Eu não sei exatamente em que momento se deu, mas no ato de 'criar' meus irmãos (me inclua fora dessa, ok?), meu pai, um matuto no quesito psicologia, psquiatria e piscicultura (ele entende de hortaliças mas nada de peixes) conseguiu dar um chapéu naquela -- sim, promíscua! -- tese de Freud onde os meninos, no fundo, querem matar o pai pra nos apoderarmos da nossa -- que mente doentia! -- própria mãe. Eu por exemplo, no fundo, só quero descolar uma namorada estilo a Richthofen, porque tudo que eu mandar ela vai fazer! É um modo de sabotar a nossa pós-modernidade-anti-patriarcal. Maquiavélica, porém obediente. Um casamento harmônico, sem problemas com a sogra...
Voltando. Mesmo sem saber patavinas de ID, Ego e Superego (provavelmente um super-herói que eu tenha pedido de Natal) ele conseguiu inverter a história do Édipo pro lado masculino. É o "Anti-Complexo-de-Édipo" ou o "Descomplexo-de Édipo" se preferir.
Durante a angustiante e confusa adolescência e as conturbadas sensações e mudanças fisiológicas-psicologócias, os naturais conflitos familiares não levaram à uma ira dos meninos em se rebelar contra autoriade paterna, inconscientemente objetivando a mãe, mas o contrário: uma busca pela afetividade paterna e um reconhecimento de valor ( o alicerce da auto-estima e auto-confiança) foi propulsora para uma agressão gratuita, quase que uma desforra, para cima da mãe. A idéia é acabar com a mãe pra poder ficar com o pai!
Sorte que Freud já não está mais vivo pra presenciar um complexo de Édipo mais nojento e doentio, agora pederasta, provavelmente influenciado pela TV e o Cinema, na carona de "Will & Grace's" e "Brockback Mountain's" da vida.
Se em geral os psicanalistas recomendam que nesta fase da vida os pais devem deixar os filhos extravasar sua sexualidade fora de casa, e definitivamente não matar o próprio pai e muito menos -- cruz credo -- fazer qualquer coisa libidinosa com a mãe, neste caso domiciliar, a coisa não se dá da mesma forma. Se a busca por afeto paterno resolver fora de casa, se transoformará numa busca de um afeto masculino qualquer, e provavelmente numa relação e quem sabe, se o cara for um bom partido, num envolvimento mais sério.
Ou seja, parte1: se ficar o bicho pega, se correr o bicho come. Em casa, o "Anti-Complexo-de-Édipo" mal resolvido pode levar ao matricínio, o que desestruturaria a casa, econômica-emocionalmente, e viveriam de pedir pizza e comida enlatada no jantar.
Ou seja, parte 2: se for buscar fora de casa o que não consegue dentro, o filho, não será mais filho, mas quem sabe uma adulta, travestida de colares da 25 de março, tamancos e outros apetrechos coloridos que pessoas do sexo feminino tem um incrível apreço em obersvar, selecionar, comprar e ornar seus corpos.
Ou seja, parte 3: o título "De como meu pai enganou Freud" poderia facilmente ser trocado por "De como meu pai meu deu mais duas irmãs depois dos 15 anos".
uAHuahUAHUAHuAHUAHuHAuHAUhUAHUAhuAHuAHuAHa


quinta-feira, julho 20, 2006

Um restinho de Copae mais alguns parágrafos

Eu tinha dito em outra pseudo-crônica que a vitória de Portugal sobre a Inglaterra era a vitória do bigode sobre a barba bem-feita, do abrupto-viril sobre o politicamente correto. A Itália vencer a Alemanha também teve um pouco disso. O engraçado, pensando bem agora, é que na final deu-se o contrário: a barba bem-feita venceu o bigode. Confesso que, com a cabeçada do Zidane, a França num momento raro nessa Copa, se tornou o bigode!, o time de sangue quente (pelo menos de capitão com sangue quente), diferente da Itália, que ausentando sua latinidade guerreira, utilizou-se de técnicas -- não diria pouco futebolísitcas mas -- pouco esportivas para tirar a concentração do adversário. Ou seja, pra ser campeão dessa Copinha o ideal é agir como um barba bem-feita!. O que me contradiz e joga no lixo tudo o que eu escrevi até agora.

Fim de Copa fim de assunto. O que eu posso falar do Corinthians? Dói no meu coração ver meu time depender da peruca do Carlos ALberto pra sair alguma jogada, e ainda por cima perder o Nilmar, nosso bigode de barba bem-feita. Por isso que eu passo horas vendo aqueles vídeos do YouTube.

YouTube é tipo álcool, só que faz menos mal pro fígado e não te constrange socialmente no dia seguinte.
É a droga da ilusão. e-drug. Acho que a televisão digital vai ser assim também: uma mistura nefasta (e porque não promíscua? pra tudo eu pergunto, quando não sugiro, "e porque não promíscua?") entre o sinal da TV a cabo e a interatividade da Internet, onde poderemos, junto com um carnê das Casas Bahia -- que permitirá a compra de uma plasma quarenta e tantas polegadas -- manipular a ordem de todos os programas que queremos ver.
O que quisermos, na hora em que quisermos. Assim como as relações dessa nova geração com seus pais. Brincadeira, eu amo essa nova geração e seus apetrechos coloridos e descartáveis.

Por sinal, aquela expectativa de voltar aqui empregado foi-se.
A "batalha" continua...Uma entrevista aqui, uma prova ali. Roupinha social, cabelo lavado.
Até que é bom fazer entrevista, você acorda cedo, se veste bem, te faz se sentir um homem decente e útil para sua comunidade. Aí você descobre que não foi escolhido, se sente desvalorizado no âmago, vai pra um bar beber "só uma ", encha a cara, volta pra casa bêbado e de quebra, destrói um orelhão de raiva e percebe que, de fato, você não é um cara decente e útil para sua comunidade.
Mas no dia seguinte começa a ilusão de novo: roupinha social, cabelo lavado, e nas horas vagas um YouTube pra te transformar em rockstar, driblador prodígio ou qualquer outra coisa bonita que te encante.

o problema é a sociedade. fim. (o cara que não tem outro argumento pro seu auto-fracasso!)
a questão é que pessoas como eu (lá vem!) não se sentem pertencentes à sociedade. então não conseguimos criar um vínculo moral empregadício. Trabalhar pra quê ?
Porque eu tenho uma conta pra pagar, senão a polícia vai me prender e na cadeia eu vou virar moeda de troca exual com esse meu corpinho esbelto e branquinho.
Bom isso, por exemplo, é um bom argumento que me incentiva a trabalhar.
Eu já contei do meu conceito intelectual de trabalho?
Tem um pouco a ver com meu queridíssimo Paul Lafargue e sua crítica ao modus operandi de trabalhus vigente. É algo como pensar e buscar novas interpretações e idéias a respeito do todo, aprimorando conceitos, criando novos, objetivando uma otimização do processo social de relação.Pensar, pensar bastante. Isso seria um trabalho. Tipo um filósofo da grécia Antiga. Só que com menos cicuta. O lance é o seguinte: seja pé-rapado mas seja cult. Coloque palavras engraçadas numa ordem nunca dantes disposta, cite algum autor do passado ou refira-se a Niestzche (se acha que eu sei escrever?), e pronto. Tu é cult, rapá! Ah, e drinks coloridos também ajudam.

Enfim:
Sem nenhum trabalho pra me ocupar,
sem grana pra nada (literalmente),
sem o social da faculdade (é férias),
com meu time estudando a proposta de encarar a segundona,
eu realmente deveria estar ficando deprimido,
porém eu descobri um site na Internet(!), que passa vários vídeos(!) chamado YouTub...

uhauahuahuah...chega! isso tá ficando enjoativo.
não posso perder meus leitores; junto com a minha dívida no BancoReal eles são tudo o que eu tenho....
uHauahUahUahUahuahUahUAh.

quinta-feira, julho 13, 2006

Saca só uns vídeos... mas espera carregar tudo antes de ver, senão fica pausado e irritante. E perde o efeito.

Agora já sei porque as pessoas passam o dia inteiro na Internet, fazem amigos pela Internet, transam pela INeternet (quer dizer, na cabeça deles né) e abandonam qualquer tipo de relação social mais real e possível de constrangimento por causa da Internet. Simplesmente porque ela é uma maravilha, melhor que religião e drogas junto!
Acabei de descobrir que eu posso esquecer de tudo, e ficar vivendo os meus sonhos ad eternum pela Internet. Leia-se YOUTUBE.COM e a idéia genial de alienar o ser humano além do trabalho capitalista. Veja vídeos engraçados, históricos, inúteis, e sonhe, sonhe bastante que aquele poderia ser você. Bom, funciona comigo. Não seria essa a função da TV e das novelas?? ou de fato, realmente só funciona comigo??? uhauahuahuahauhau

Depois que minhas chances de ser jogador de futebol esvairam-se (tá bom vai... não era um sonho, era uma vontade) o que sobrou pros meu sonhos foi ter uma banda cover de New York Dolls, e mais pra frente, quando avançar no Pozzoli (piadinha que só músicos entendem) virar um baterista de jazz.


Por isso, I wonder...(que nem naquela música!)
Até tem umas coisas interessantes pra ver e fazer pela Internet, mas sempre esqueço delas quando tenho tempo livre, e com um suspiro, começo os devaneios:

o drible:
http://www.youtube.com/watch?v=kdn_gb5lvoM&mode=related&search=riquelme

catarse:
http://www.youtube.com/watch?v=qIWbFUYWLFo&mode=related&search=new%20york%20dolls
(Detalhe: pra ser o vocalista até comprei um lenço pra pôr no pescoço! uahuahuahauauah)

era uma vez Deus de gravata borboleta:
http://www.youtube.com/watch?v=tsKq3HD0EFc&mode=related&search=joe%20morello

Enfim, hoje não tinha muito o que escrever, mas tem umas coisas legais pra ver.

Por sinal, desde que o Banco Real resolveu adicionar um dígito vermelho a mais na minha conta, e no caso, à esquerda do número anterior, resolvi procurar um emprego de verdade.
Acho que eu criei uma comoção muito grande com isso, porque até o PCC está me ajudando a conseguir (opa! ainda não virei aviãzinho. até porque não entendo nada de droga, sou péssimo com entregas e horários, e provavelmente o "subir e descer" dos morros deve acabar com meu joelho, e eu preciso deles pra jogar bola. E sambar! tô brincando, não sei sambar...). Mas então, com o Alarme do PCC na cidade, a frota de ônibus não saiu das garagens hoje, e metade dos entrevistados de uma vaga que eu tava concorrendo não conseguiram chegar!!! Dá até uma vontade de rir, mas é sacanagem. Se tivesse acontecido comigo seria muito mais engraçado. Isso porque, as outras duas vezes que eu saí de casa pra fazer uma entrevista, no ano passado, caiu um senhor pé d'água na cidade, digno de "eventos que nunca ocorrem". Só faltava eu perder uma entrevista por causa do PCC. Mas dessa vez eles me ajudaram.
Naquela primeira semana de atentados fiquei com a maior inveja de quem trabalhava porque estavam sendo dispensados mais cedos por precaução. Que nem na Copa. Queria um emprego só pra sentir aquele prazer de ser dispensado mais cedo.
É um feitiche maluco que eu tenho. Junto com aquele de me travestir e ter uma banda de roquenrol.
Espero que meu pai não leia isso. Preciso que ele me alimente pra me manter vivo e continuar contraindo dívidas e perdendo meu tempo sonhando com dribles, bandas e solos incríveis, o show.

tchau. espero estar empregado quando eu voltar aqui. ou pelo menos com uma história bem engraçada envolvendo anões, pingüins e misógenos em crise existencial...uahuahuahau.

PS: se vocês ainda tiverem paciência, esse é feitiche dos grandes:
http://www.youtube.com/watch?v=8nfVbRbr_jE&search=rezillos
queria muito que essa mulher tivesse um orkut pra ela ser minha melhor amiga e eu escrever um testemonial bem criaturas pedindo pra ela ser minha namorada.

terça-feira, julho 11, 2006

pelo menos foi a Itália

eu só queria deixar claro que, para França chegar às oitavas, ela era OBRIGADA a vencer TOGO. Vocês conseguem perceber a gravidade disso? A França só chegaria às oitavas se vencesse Togo. TO-GO. Essa era a condição. Isso que o grupo dela não era nem o da morte, nem morimbundo. Completava a chave: Coréia do Sul e Suíça. Me poupem.
A França ter chegado na final contra minha querida Itália, reflete a pasmaceira pós-moderna chegando ao futebol. Eu gosto muito da Itália, desde pequeno, mas só porque ela foi campeã (e nada mais italiano do que levar a disputa para os pênaltis) já é forçar a amizade dizer que ela merecia e blá blá blá... me poupem de novo.
A Itália venceu a Austrália com um pênalti sem-vergonha aos 48 do segundo tempo.
Venceu a Alemanha com um golaço raro aos 14 do segundo tempo da prorrogação.
A real é que esses times europeus (Alemanha, França, Itália, Portugal, Holanda) estão tudo no mesmo nível. Ninguém se destaca muito ali. O único craque que você espera alguma coisa, e que fez alguma diferença, na minha opinião, foi o Zidane. Ele deu uma desequilibradinha.
Mas na própria Itália, os craques se revezavam no banco (um bom exemplo pro Brasil).

Menos mal a Itália ter vencido. E pelo menos aconteceu alguma coisa de interessante: a tentativa de homicídio do Zidane.
A minha tese é de que, desde pequeno, os garotos chamavam ele de "cabeção".
Sempre zuavam ele. Aí ele ia jogar bola, e era "cabeção" pra lá, "cabeção" pra cá, "cabeção toca a bola", "cabeção, cruza!" e assim por diante.
O cara foi aguentando e suportando isso até o esgotamento final. Na última partida de sua carreira, após um desentendimento na área, com o Materazzi ele disse:
- se eu faço esse gol, a gente é campeão e vão me comparar com o Pelé.
Materazzi responde:
- pena que a coroa dele nunca caberia no seu cabeção...

aí deu no que deu. Um "jab de esquerda" com a cabeça.

Dá uma pena uma Copa assim. As pessoas suportam 4 anos de um Governo amarelão, de um cotidiano amarelão, pra ver uma selçãozinha amarelona jogar numa Copinha amarelíssima. Por isso que geralmente mulher não gosta de futebol: o evento máximo é um sono total. Novela é bem mais emocionante. Sem machismo, meu pai acompanhou esta última novela com muito mais afinco que a Copa. Juro por Deus.

O pior agora é aguentar os são-paulinos na Libertadores, e o meu Timão disputando a última colocação com o Palmeiras (menos mal).

É isso então. De volta a realidade. Acabou-se a dispensa do trabalho, acabou as bebedeiras no meio da semana, acabou-se o sonho e acabou-se minha conta no Santander. Ele mesntiram pra mim!
:(

e agora, pseudo-crônicas sobre o quê?
Você acha que eu tenho paciência de falar do Lula? do PCC? das Eleições?
vou falar da minha família que é mutio mais engraçado.
Por exemplo meu pai. O cara tem uma capacidade incrível de colocar uma coisa errada no lugar errado. È impressionante. Deve existir alguma calculadora moderníssima na NASA, que comprove MATEMATICAMENTE que ele tem o pior método de disperção de objetos pela casa.
É uma quase uma arte: não é prático nem estético, é completamente inútil.
Uma vez ele colocou um quadro na parede (tava indo bem) completamente desalinhado com qualquer espécie de ser animado ou inanimado da casa. Só se o Quiroga provasse que aquilo se alinhava com " a terceira casa de Touro da segunda Lua de Saturno". Só que o meu pai não é do tipo que leva a sério essas coisas... o cara que não acredita nem em homeopatia vai acreditar em astrologia??



Mas enfim...
hora de desfilar com a camisa da Squadra Azzura e insurgir nossa italianidade para nunca perdermos a pose de campeão!

ciao!

quarta-feira, julho 05, 2006

a vitória do bigode contra a barba bem feita

Sobre o milagre italiano:

Pois é, eu já havia escrito em uma outra pseudo-crônica, que o pênalti no último minuto do jogo contra a Austrália justificava o catolicismo fervoroso deles.
E como já dizia nosso Ministro da Cultura: andar com fé eu vou, porque a fé não costuma falhar. Aposto que isso tem muito mais que 13 letras...(te fode Zagallo!)

Os italianos, confirmando meu preconceito de latino-americano-complexado, provaram que de fato anglo-saxões, nórdicos, e qualquer outra espécie branquela com uma língua assutadora, costumam ser mais entediantes que os calorosos latinos.

Essa Copa foi a Copa dos latinos. Quem diria que a fraca França, com a obrigação de vencer Togo (gente, Togo é um país na África, não é um instrumento de percursão, nem um personagem de desenho infantil) pra ir às oitavas, chega agora na semi como favorita??
Como explicar o desfalcado time português vencer a badalada (me poupe) Inglaterra??

Foi a vitória do brio contra a polidez. Do calor humano contra a frieza, do bigode contra a barba bem feita.

A Itália não veio fazendo uma boa COpa. ALiás, quem veio né? Qualquer time dessa Copa perde pro meu Corinthians numa boa fase, ou, sendo mais justo, perderia pro time do São Paulo campão mundial do ano passado.
Se é pra falar do milagre italiano, antes eu teria que falar do milagre alemão de ter chegado até a semi, de ter ganho da Argentina (que também resolveu ser mais européia que Latina, por isso recuou num 1 x 0 ao invés de buscar o segundo gol, mas essa mania européia faz parte da cultura deles...).
No gol da Itália, soltaram fogos e gritos aqui em São Paulo, quase igual a gol da seleção. Acho que a gente, além da origem italiana, criou um vínculo com esse estilo de Seleção: a federação italiana imersa em casos de corrupção, times grandes ameaçados de rebaixamento, conflitos internos no time, craques no banco, e toda o barulho, gesticulações e dramas típicos de uma novela italiana. Acho que a gente gosta disso. Melhor do que ver um time apático, insosso, amarelo-dengue em campo.

Faltou ao Brasil nossa latinidade, somada àquela ginga e espontaneidade americana (no sentido total do continente, e não restrito aos doidos lá de cima). Só tinha atleta europeurizado, pasteurizado, embalado à vacuo, exposto numa prateleira da Nike

Eu nunca gostei de Portugal. Do país mesmo. Sempre me pareceu um pequeno país, cheio de velhas viúvas, que ficam se lamentando enquanto comem azeitonas... Um país meio cinza, meio frio, que vive do passado. Tá certo que eu nunca fui pra lá, mas é a impressão que eu tenho. Além disso, a história da Colonização contribuiu para um certo desgosto lusitano. Mas incrivelmente nesta partida de hoje, sou Português desde pequenininho. E se tudo der certo, a final Itália e Portugal, não tenho como ficar triste com o resultado.
Se bem que eu torci pra Argentina contra a Alemanha, e ela perdeu. Torci pro Brasil contra a França e ele perdeu. Os pênaltis de Portugal contra a Inglaterra que eu assisti foram errados. Eu tive que sair da sala, porque eu sentia que eu estava atrapalhando a equipe do Felipão... fiquei no quintal escutando os gritos do pessoal. É verdade, sou que nem o Pelé: um pé-frio falador de bobagens.

Por isso nem adianta dizer que vou torcer pra Portugal. Vou fingir que não vou torcer.
No máximo, deixar o bigode crescer.

até.

PS: o bom de ser brasileiro é que se a gente ganha um joguinho contra o Japão, a gente comemora enchendo a lata; se a gente perde ridiculamente pra França, a gente se lamenta enchendo a lata. Não tem tempo ruim!

terça-feira, julho 04, 2006

respondendo aos últimos comentários

Sobre a Ucrânia:
eu vejo a seleção da Ucrânia nesta Copa como um jovem recém ingresso na puberdade: tudo é novo e legal. Pra quem passou uns 70 anos jogando pela seleção da URSS, a oportunidade e liberdade de poder representar o próprio país numa Copa já é uma grande satisfação para os ucranianos. Acredito que só da UCrânia ter chegado nas quartas-de-final, já foi tão longe quanto um garoto de 13 anos apalpar o seio de uma mina. Não importa ter chegado "nas finais", o que alcançou foi novidade e, logo, lucro. Sem contar que eles só tinham um craque, o Schevechenko, que, com a síndrome "estrelas em abstinência", como a de Ronaldinho, não fez nada demais.
"nenhum comentário de caráter maligno a ser tecido?"
sr. anônimo, de maligno já basta o tumor que eu tenho no pulmão! uHAuHAuHAuHAuAHuHA!
Tô brincando.
próxima.

sr. Miguel:
Ucrânia, Suíça... times Africanos... esses eu nem comento... é uma mistura bizarra de Pebolim ou movimentos frenéticos, que deifinitivamente negligenciam o Gol, coitado.
Quando eu falo em times Enganação, eu me refiro àqueles que tem tradição e sempre são favoritos. Basicamente aqueles que em futebol de videogame sempre são bons: Itália, Inglaterra, ALemanha, Holanda e etc. Fingem que são bons e arrancam elogios desproporcionais.

Os times Africanos vieram passear na Alemanha. Conhecer museus, teatros, pontos turísticos em geral. No meio disso tudo, descolavam um tempinho pra entrar em campo e correr que nem loucos, trombar com os outros, entregar gols de mão-beijada, e, definitivamente, abrir mão de chutar a bola no meio das três traves. Isso porque, imagino eu, alguém deve ter elogiado a "ginga" africana, quase como a nossa, e despertou neles uma vontade irrefutável de correr pra lá e pra cá, de forma libertária e desconexa com o resto da equipe. Confesso que, se não fosse o fato deles serem "Terceiro Mundo Explorados S.A." como nós, sinceramente preferiria assistir "Seinfield" ao invés da Copa.


Claro que eu não poderia deixar de comentar sobre a melhor seleção do mundo, que, de tanto querer se parecer com os Europeus, resolveu adotar o estilo futebol Enganação deles.
Mas eu tenho um nojo tão grande daqueles filhas-da-puta, inclusive o técnico, o auxiliar-defunto-técnico, e principalmente o presidente da CBF, mafioso de plantão, que prefiro não me estressar pra evitar uma úlcera.

Engraçado como essa coisa de Coronelismo no Brasil é forte e se ramifica em vários estratos da sociedade. Nem o futebol e salva. Ninguém tira o Ricardo Teixera de lá. É o ACM do futebol.

Eu pensava que se o Brasil fosse campeão, ajudaria o Lula a se reeleger, assim como o efeito do Tri para a Ditadura. Mas pensando bem, acho que a derrota gera um argumento positivo para o Lula: ele deixou de ser o cara mais incompetente do Brasil.
Só o Parreira consegue perder uma Copa brochante (futebolisticamente falando) com o time que tinha mais craques.
O Lula agora se tornou o segundo mais incompetente, o segundo mais cobrado, e o segundo mais criticado.

Prefiro não comentar mais nada sobre a COpa.
Ela já acabou: nem Brasil, nem os "hermanos", só sobrou Portugal, do querido gaucho (com aquele jeito engraçado em espanhol de se pronunciar) Felipão. Vou torcer pelo cara, ele usa bigode, admiro isso.
Acho que faltou isso na nossa Seleção Pipoca: um cara de bigode!
Toda Seleção Brasileira Campeã tinha um cara de bigode: em 70 tinha Rivelino, em 94 tinha Ricardo Rocha e o Gilmar, em 2002 tinha o Felipão e Vampeta. 58 e 62 eu nem comento, porque naquela época bigode e chapéu era um hábito institucionalizado (estilo Adoniran Barbosa).

Enfim... acabou minhas pseudo-crônicas sobre a Copa... vou ter que voltar a escrever sobre coisas cotidianas de importância menor, como por exemplo o fato do Caldo Knorr estar cada vez menor. Um indício explícito da crise do capitalismo. Agora eu tenho que usar dois tabletes numa panela de arroz...

Tô brochado.
Viva o verdadeiro futebol. Viva o futebol de várzea. Viva o bigode!

tchau.


PS: além de tudo as putinhas da seleção acabaram com os Bolões de todo mundo... enriquecendo os piores palpiteiros...uahuahuahuahauh

respondendo aos últimos comentários

Sobre a Ucrânia:
eu vejo a seleção da Ucrânia nesta Copa como um jovem recém ingresso na puberdade: tudo é novo e legal. Pra quem passou uns 70 anos jogando pela seleção da URSS, a oportunidade e liberdade de poder representar o próprio país numa Copa já é uma grande satisfação para os ucranianos. Acredito que só da UCrânia ter chegado nas quartas-de-final, já foi tão longe quanto um garoto de 13 anos apalpar o seio de uma mina. Não importa ter chegado "nas finais", o que alcançou foi novidade e, logo, lucro. Sem contar que eles só tinham um craque, o Schevechenko, que, com a síndrome "estrelas em abstinência", como a de Ronaldinho, não fez nada demais.
"nenhum comentário de caráter maligno a ser tecido?"
sr. anônimo, de maligno já basta o tumor que eu tenho no pulmão! uHAuHAuHAuHAuAHuHA!
Tô brincando.
próxima.

sr. Miguel:
Ucrânia, Suíça... times Africanos... esses eu nem comento... é uma mistura bizarra de Pebolim ou movimentos frenéticos, que deifinitivamente negligenciam o Gol, coitado.
Quando eu falo em times Enganação, eu me refiro àqueles que tem tradição e sempre são favoritos. Basicamente aqueles que em futebol de videogame sempre são bons: Itália, Inglaterra, ALemanha, Holanda e etc. Fingem que são bons e arrancam elogios desproporcionais.

Os times Africanos vieram passear na Alemanha. Conhecer museus, teatros, pontos turísticos em geral. No meio disso tudo, descolavam um tempinho pra entrar em campo e correr que nem loucos, trombar com os outros, entregar gols de mão-beijada, e, definitivamente, abrir mão de chutar a bola no meio das três traves. Isso porque, imagino eu, alguém deve ter elogiado a "ginga" africana, quase como a nossa, e despertou neles uma vontade irrefutável de correr pra lá e pra cá, de forma libertária e desconexa com o resto da equipe. Confesso que, se não fosse o fato deles serem "Terceiro Mundo Explorados S.A." como nós, sinceramente preferiria assistir "Seinfield" ao invés da Copa.


Claro que eu não poderia deixar de comentar sobre a melhor seleção do mundo, que, de tanto querer se parecer com os Europeus, resolveu adotar o estilo futebol Enganação deles.
Mas eu tenho um nojo tão grande daqueles filhas-da-puta, inclusive o técnico, o auxiliar-defunto-técnico, e principalmente o presidente da CBF, mafioso de plantão, que prefiro não me estressar pra evitar uma úlcera.

Engraçado como essa coisa de Coronelismo no Brasil é forte e se ramifica em vários estratos da sociedade. Nem o futebol e salva. Ninguém tira o Ricardo Teixera de lá. É o ACM do futebol.

Eu pensava que se o Brasil fosse campeão, ajudaria o Lula a se reeleger, assim como o efeito do Tri para a Ditadura. Mas pensando bem, acho que a derrota gera um argumento positivo para o Lula: ele deixou de ser o cara mais incompetente do Brasil.
Só o Parreira consegue perder uma Copa brochante (futebolisticamente falando) com o time que tinha mais craques.
O Lula agora se tornou o segundo mais incompetente, o segundo mais cobrado, e o segundo mais criticado.

Prefiro não comentar mais nada sobre a COpa.
Ela já acabou: nem Brasil, nem os "hermanos", só sobrou Portugal, do querido gaucho (com aquele jeito engraçado em espanhol de se pronunciar) Felipão. Vou torcer pelo cara, ele usa bigode, admiro isso.
Acho que faltou isso na nossa Seleção Pipoca: um cara de bigode!
Toda Seleção Brasileira Campeã tinha um cara de bigode: em 70 tinha Rivelino, em 94 tinha Ricardo Rocha e o Gilmar, em 2002 tinha o Felipão e Vampeta. 58 e 62 eu nem comento, porque naquela época bigode e chapéu era um hábito institucionalizado (estilo Adoniran Barbosa).

Enfim... acabou minhas pseudo-crônicas sobre a Copa... vou ter que voltar a escrever sobre coisas cotidianas de importância menor, como por exemplo o fato do Caldo Knorr estar cada vez menor. Um indício explícito da crise do capitalismo. Agora eu tenho que usar dois tabletes numa panela de arroz...

Tô brochado.
Viva o verdadeiro futebol. Viva o futebol de várzea. Viva o bigode!

tchau.


PS: além de tudo as putinhas da seleção acabaram com os Bolões de todo mundo... enriquecendo os piores palpiteiros...uahuahuahuahauh