terça-feira, junho 27, 2006

primeiramente, meus parabéns pra mim pelo meu certeiro palpite. 3 x0 na cabeça. Agora só falta dar cachorro, no jogo do bicho, que aí não tem puta triste na cidade! uahuahauahuah
Tô brincando. Só é uma piadinha sem graça.
Falando em sem graça, é com muito pesar que eu, um longínquo descendente de italiano, amante de suas tradições, admito que a Itália é mais uma seleção enganação nessa COpa. Ela completa a Calçada das Enganações junto com futebol-pebolim da Inglaterra e da Alemanha.
Nunca imaginei que um dia algum time Latino faria parte desta lista (não sou preconceituoso, apenas acho que os anglo-saxões têm uma predisposição genética para serem entediantes), mas depois de assistir flashes do segundo tempo, onde o papel da Itália em campo era se defender do "perigoso e com certeza objetivo" ataque australiano, precisei me redimir.
Por sinal, aquele penâlti MILAGROSO, aos 48 do segundo tempo, para Itália, explica porque eles são católicos fervorosos.
No dia que isso acontecer contra a Argentina prometo pendurar no poste aqui de casa uma faixa de Santo Expedito, e me confessar toda semana.
Eu tenho uma relação de amor e ódio com a Argentina.
Eu gosto deles, mas eles são muito arrogantes.
Quando eu tento torcer contra meu pai me lembra que o povo Argentino é gaucho (expressando de um modo espanhol) como nós. Eu tentei evocar meu lado paulistano, mas naquele exato momento eu estava tomando um mate, e por isso foi pela culatra.

Talvez minha identidade com a Argentina pare naquela primeira parte: italianos pobres. A outra parte que pensa que é um inglês rico eu deixo pra lá (até porque eu acho que deixei claro que não gosto muito de ingleses, né?).

Voltando ao Brasil: praquê Bussunda se temos o Ronaldo ? (alguém já fez essa piada?...droga)
Mesmo com aquele peso o cara é craque. E é bom ele continuar fazendo gols porque no meu bolão ele vai ser artilheiro (sei lá, pensei naquela história de "volta por cima" e etc).

Adoro bolão! Ficar contando os pontos, torcendo pra ganhar dinheiro é ótimo. Agora já sei porque os velhinhos protestaram tanto quando fecharam os bingos da cidade.
Eu tenho uma tese pós-moderna de superação desse capitalismo-financeiro-de-mercado-expeculativo, onde as greves, as alianças operário-camponesa e qualquer outra chatice do "Manual Comunista da Revolução - faça sua própria revolução em 5 métodos práticos" são deixadas de lado. O lance é ganhar dinheiro (ou distribuir a renda se você preferir) com apostas, jogos ilegais, richa de galo, rifas e etc. Nada de explorar ninguém. Vamos ganhar dinheiro de modo alternativo ao Trabalho. Eu já estou fazendo minha parte.
Ronaldo artilheiro e Cachorro na cabeça.
Hasta luego!

domingo, junho 25, 2006

Blitzkrieg Bop World Cup 2006

Outro dia eu li uma ótima crítica, de um ótimo designer sobre o símbolo da Copa. Dizia ele que aquelas figuras sorridentes e aquele Leão não tem o menor vínculo com o povo alemão, não representa nada, é só pra agradar turistas, e por isso, como um símbolo, falhou.
Já os organizadores da Copa, dizem que a idéia é melhorar a imagem da Alemanha perante o mundo. Dizem que eles carregam ainda uma culpa pelo judeucídio da Segunda Guerra.
Bom, se eles querem melhorar a imagem deles pro mundo, então comecem mudando aquele idioma de ríspidas consoantes, que o Luís Fernando Verissimo disse que "dizem que o alemão foi a útima língua criada por Deus com as sobras de todas as outras". Isso faz sentido quando cada "bom dia" parece uma repreensão, e cada repreensão parece uma tragédia. "Eu te amo" e "Eu te odeio" são diferenciadas apenas pelo modo como você agarra a pessoa: pelos braços ou pelo pescoço, respectivamente.
Nada contra os alemães e contra aquele futebolzinho enganação deles, mas fazer um símbolo de carinhas sorridentes para representar um alemão, é tão verdadeiro quanto àquela nota de 3 reais que recebi de troco no ônibus.
Se o povo alemão é um povo alegre, nós brasileiros respiramos gás hélio.

Por sinal, que me perdoem os brasileiros com mania de odiar os argentinos, mas em Alemanha X Argentina sou porteño desde pequenininho. Eu até acho aqueles cabeludos, italianos pobres que pensam ser ingleses ricos, um tanto arrogantes ("ponham-se de pé, a Argentina está passando" é um adesivão no ônibus deles), mas pelo menos o futebol argentino é um tanto mais evoluído e merecedor de uma semifinal do que o estilo Pebolim anglo-saxão. E também porque no final das contas "Soy Latino" antes de tudo. Pra falar a verdade anseio por uma final Brasil X Argentina, onde seríamos campeõs numa partida histórica. E além de 11 de setembro, astronauta brasileiro, reeleição de operário, teria mais este fato histórico pra contar pros meus netos.

Eu queria comentar alguma coisa sobre o batalha campal entre Portugal x Holanda, sobre a parte que eles não entenderam que futebol não é "Damas", e portanto o objetivo é fazer gol e não eliminar cada integrante adversário. Mas eu não vi a partida, só soube do fato.

Enfim, boa sorte pros alemães contra nossos "hermanitos del fundo de nossotros coraciones", boa sorte com a reunificação, com a imagem deles lá fora, e com suas mulheres grandes e grossas.
Terça tem duelo do apartheid social: Brasil x Gana. 3 x 0 Brasil, fora o baile.

terça-feira, junho 20, 2006

o deslexo e o futebol

Sempre desconfiei que eu era meio deslexo. Quando criança costumava chamar "Pacaembu" de "Capaembu". Crescido já não troco "B" por "P", nem esquerda com direita (com exceção nas eleições), mas, vira e volta, penso que tenho um tipo de deslexia sazonal em doses homeopáticas. Digo isso porque eu tenho uma capacidade incrível de ser desastrado. Por isso eu não dirijo. Nem tirei carta. Me ausentar do volante é prestar um serviço público de segurança (pra falar a verdade não dirijo porque tenho preguiça, gosto da comodidade da carona, bebo legal na balada, e também é uma nota preta que nunca pára na minha mão).
Depois de um feriadão de jogos universitários e uma distração de bêbado (derramei um pouco de cerveja dentro da barraca, que depois de um tempo deixou umcheiro de vinho barato enjoativo), achei justo lavar a barraca que a minha maninha emprestou.
Acontece que pra lavar uma barraca no quintal, eu fiz uma lambaça, um derrama-de-lá-pra-cá muito parecida com aquela vez que eu resolvi fazer pão-de-queijo.
Quando eu era menor eu adorava lavar o quintal, porque a água com sabão deixava as lajotas lisas o suficiente pra escorregar e ensair uns "moon-walk". Mas quando você tem idade o suficiente pra ter vergonha de assumir que gosta do Michael Jackson, lavar o quintal é apenas uma atividade de transferência de sujeira do objeto que está sendo lavado pra o resto do quintal.
Não entendo porque eu sem querer molho a roupa que estava secando, esbarro numa planta pendurada e deixo a água suja escorrer pro lado contrário do ralo.
Sorte minha que alguém inventou o box do chuveiro, porque senão tomar banho seria pra mim um paradoxo de limpeza e sujeira infindável.

Fora isso, continuo em busca do "gás perfeito". Aquele gás que eu tenho pra jogar bola e sair à noite que me falta na hora de fazer um portfólio e procurar um emprego.

Outro dia eu estava pensando que se o mundo fosse um lugar democrático, o Terceiro Mundo seria o Primeiro. Isso porque a FIFA tem mais seleções filiadas do que países à ONU. Ou seja, a maioria. E quem apita no futebol é o Terceiro Mundo. E o mais engraçado é que países como a França tem um time praticamente de terceiro-mundistas naturalizados. Casos muito comuns no resto da Europa. Quer dizer, além do Brasil e Argentina serem favoritos, Portugal tem um técnico brasileiro, Japão tem um técnico brasileiro, a França só tem estrangeiro e ainda tem um negão no time da Alemanha.
É como o Coliseu na Roma Antiga: a aristocracia se divertindo com a ralé (só que com menos leões, é claro).
Se bem que jogador de futebol depois de famoso é tão ralé quanto o tataraneto do Bill Gates. Seus salários gastronômicos-astronômicos-persuasivos condenam minha consciência que me fez escutar os conselhos do meu pai e "continuar estudando". Assistir atacantes que usam mais a canela que o drible, mais a força do que a ginga, soa como o motor de uma Harley para um paraplégico em acidente de moto. UAHUahUahUahuAHu... tô brincando, que maldade. Inveja mata. Vou continuar estudando pra conseguir um bom emprego, pra possuir um bom dinheiro, pra enriquecer o suficiente e comprar um time de futebol inteiro pra mim e me escalar como capitão-estrela-marcador-oficial-de-gols.
Ou então volto a jogar botão.


PS: quando eu assisto ao futebol Europeu eu começo a acreditar que na verdade o pebolim veio antes do futebol, e não o contrário. Porque na Europa não tem essa de driblar, e de partir pra cima, ou inverntar algo na hora; o lance dos caras é recrutar jogador de futebol em quartel militar, explicar a imaculada tática e finalizar com um: "não se preocupe em entediar o RAfa, apenas, e somente apenas, faça aquilo que foi orientado." Acho que lá chapéu dá cadeia.

quinta-feira, junho 08, 2006

um esboço de um princípio de um curta...

Depois de um ano de terapia, consegui admitir que realmente eu precisava de terapia.

Depois de dois anos de terapia, compreendi que minha consciência era muito rígida e me cobrava demais.

Depois de três anos de terapia, percebi que a minha consciência, na verdade, representava meu pai.

Depois de quatro anos de terapia, ficou claro que o meu pai era o principal causador das minhas insegurança e frustrações.

Depois de cinco anos de terapia e, praticamente, financiar um Gol um ponto zero, quatro portas, para o meu terapeuta, descobri que, para calar o meu pai dentro de mim, eu na verdade, só precisava apenas de duas taças, duas taças de um vinho vagabundo para se livrar do meu pai.