sexta-feira, abril 21, 2006

Dionísio nosso herói, era popularmente conhecido como Dioni.

Dioni era um corredor clássico: em pé, corria. Tênis, sandália, descalço, pé-de-pato, de meia, chuteiras e até tamancos. Amava correr, mais que sua própria vida, humilde, diga-se de passagem... Corria da vida, da dúvida corria. Um dia Dioni conseguiu um emprego de entregador, e saía por aí correndo e entregando, correndo e entregando. Até que no caminho havia um buraco. Um buraquinho maltrapilho maltratado, que de tanto ignorarem ele cresceu e virou um buracão.
Dioni não viu, pisou, preencheu o buraco com a metade do pé, torceu o tornozelo, rompeu vasos sangüíneos e consangüíneos, encheu e inchou o pé.
O pé de Dioni. O pé de Dioni.
-MEU PÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉ! - urrou como um urso que acabara de ter sua hibernação interrompida, ou como um atleta que se fudeu mesmo...

Bom, o final da história é a mesma. Seu celular tocou, você resolveu atender, e esqueceu do cara esguio engraçado que caiu no buraco raso mas profundamente comprometedor, que acabou ali, naquele EXATO momento, sua insípida, incipiente e porque não, volátil, carreira de entregador.

Daí Dioni ficou em casa curando o pé, aproveitou pra estudar umas coisas de Filosofia, Política e História, prestou vestibular, conseguiu bolsa, se formou, casou e constituiu família.

Somos muito felizes hoje em dia. Né Dioini?
-É querida.

Fim.

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