segunda-feira, dezembro 11, 2006

Pinochet e outras inutilidades

Tudo começou com o Brizola; depois veio o Papa. e agora, superando todas as expectativas (falavam em pacto com o demo, ou como eu prefiro, um acordo em famiglia), foi a vez do Pinochet. Se continuarmos nesse ritmo, titio Fidel não comemorará o 50º aiversário da Revolução Cubana, Oscar Niemeyer deixará os projetos de prédios descolados públicos para outros arquitetos, e Ariel Sharon, o cara mais mau do mundo com um nome ambissexual, deixará criancinhas palestinas brincarem em paz. e por favor, Deus, eu, que nunca te pedi nada (desde do frustrante presente de Natal de 94, que se o se senhor não se lembra eu tinha dito SuperNintendo, e não quebra-cabeça do Mickey), por favor, não se esqueça da Thatcher. só isso que eu te peço: não se es-que-ça da Tha-tcher. se bem que, com sua útlima declaração (Thatcher, não Deus) de "profunda tristeza" com a morte do Pinochet, ela conseguiu alcançar o sétimo sentido espiritual da sensibilidade humana, quase um nirvana da solidariedade, o que pode aumentar, uns trinta anos ainda sua permanência na Terra.
Ok, ok, desde de que, de fato, exista um Inferno, pior que a balada (tô brincando, sem qualificar baladas aqui, deixamos isso pro Guia da Folha) e que eles queimem dolorosamente lá, tá limpo (exceto Fidel e Niemeyer, e outros velhos comunistas como Saramago, porque eu ainda tenho um projeto de conhecer eles, e quem sabe casar com a filha.. não, não.. filha já foi.. então com alguma neta deles e herdar alguma coisa da hora). daí eu ganho um broche da União Soviética! ah, me poupe... já mudei de idéia.

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Segundo Marilena Chauí, "quando procuramos a origem das palavras pensamento e pensar, descobrimos que procedem de um verbo latino, o verbo pendere, que significa: ficar em suspenso, estar ou ficar pendente ou pendurado". daí eu disse isso pro Genildo, o dono do bar: penduro, logo existo; devo não nego, pago quando puder.
aí ele me mostrou a louça suja e a conversa filosófica acabou por ali.

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franquista jamais (senão meu pai me mata, ou meu avô ressuscita e ele sim, me mata), mas sou franco o bastante pra dizer: 'não é nada pessoal, mas você enche o saco'. ou, 'não é por nada não, mas você é um puta de um bundão'; ainda não apanhei porque sou um franco com consciência de segmento de mercado: evite os fortes e ignorantes. andei treinando com meu priminho: "Lipe, você tá chato hoje. desce daí que já tá doendo. quem é o meu chatinho? quem é o meu chatinho?" com aquele jeito que a gente fala com cachorro "quem é o meu garotão?" sabe? "quem é o meu garotão?" "quem é o meu garotão?" não sabe? aonde você estava nos últimos quinze anos de filmes americanos na Sessão da Tarde?

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São Paulo não chega a ser o túmulo do samba porque vive tendo sambinhas espalhados pela cidade. Ainda que copie o estlio carioca de tocar, está mais próximo de ser um negativo do Rio. negativo, negativo, aquele de revelar foto. nas suas devidas proporções, no último fim-de-semana, eu e mais, literalmente, meia dúzia de brancos num contigente de mais, bem mais que cem pessoas, em qualquer samba-de-roda do Rio contrastam com o sambinha de ontem na Vila Madalena. Contados, num ambiente de pelo menos cem pessoas, cinco negros: meu amigo, um músico, uma moça e um rapaz, e o garçom. samba-pó-de-arroz ou samba-macarrônico, como preferir.

No Rio, eu estava pensando romanticamente (porque tirando meu lado grosso e cafajeste, eu costumo ser romântico): a senzala venceu. as manifestações negras, segregadas, perseguidas e proibidas, se deu de uma forma tão intensa e importante pra constituição de uma identidade cultural pra grande massa que insurgiu, de um tal modo, que extravasou a 'cozinha' e hoje domina a 'sala', principalmente o televisor. por outro lado, se deu uma apropriação branca e capitalista (indústria fonográfica e do entretenimeto) que corroeram alguns vínculos mais culturais baseados em relações concretas de experiêcias sociais, religiosas, que sustentavam todo o processo de criação e realização do samba, desde seus instrumentos, ao modo de tocar e à temática das letras, transformando, aparentemente (pelo menos em São Paulo, na classemédiolândia), num produto chamado "cultura nacional de diversão, à venda na próxima balada, aproveite enquanto é cult".
uma visão crítica da coisa.
ou não (viva Caetano!).
acho que falei um monte de besteira, até porque eu não tenho nenhum embasamento teórico, musical, não sou estudante de Sociais, e definitivamente não tenho compromisso com a verdade.
às vezes ( e só às vezes ok?) eu me engano, mas daí eu fico insistindo um pouco pra ver se o engano, que pra mim faz tanto sentido, não vira verdade. geralmente não.

o plausível já me basta mesmo.
eu avisei que era franco.
diferentemente (olha como é a vida) do Pinosheet, que admitiu que mentia às vezes, por isso usava óculos escuros. sério, saiu no Estadão. esclerosado é pouco. minto, logo uso óculos escuros. qualé? aonde está o sentido disso?
se fosse assim ninguém acreditaria em cegos.
e nem no Chico Xavier.
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ouvi dizer, que um americano médio (tamanho GG), ao saber da morte do Pinochet, perguntou à esposa: e agora querida, quem vai ser o presidente da Bolívia?

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