sexta-feira, abril 06, 2007

páscoa, gravata e um teco de presunto

numa das primeiras pseudo-crônicas que eu escrevi tentei ser engraçado dizendo que a páscoa é a data festiva mais surreal que existe já que junta coelho, ovo e chocolate. e bem sabemos, coelhos não botam ovos, chocolate vem do cacau e o ovo vem da galinha (ou vice-versa). apelando pra outra data festiva quis ser engraçado de novo (sou brasileiro ué!) dizendo que o papai noel era comunista já que vivia de vermelho, era barbudo e distribuía presentes por aí. chego a mais uma páscoa insistindo, novamente, numa piadinha temática. mas qual? datas festivas cada vez mais fazem menos sentido no nosso dia-a-dia esvaziado de vínculos sociais-culturais, dispersos num tsunami de dispositivos eletrônicos de prazeres instântaneos. me chama que eu vou!


sei que voltei hoje cedo da sapecada-noturna e comi um misto sei-lá-o-quê, xis-delícia, que tinha presunto no meio. esqueci que não podia, era páscoa. qualé, ninguém lembra que é páscoa às seis da manhã, depois da festa.
quer dizer, na verdade, eu nem ligo muito pra isso desde daquela fatídica páscoa de 97, quando uns orientais estavam lá em casa e meu pai, tão católico quanto o muhamed ali, resolveu fazer um churrasco de boas-vindas. daí percebi que era a várzea total.
churrasco na páscoa! aí foi pegar a bíblia e guardar do lado do 'manual de escoteiro do tio patinhas', perto de algum fascículo 'culinária cláudia', numa estante esquecida.
isso foi só uma metáfora, nossa bíblia de verdade a gente usa de calço na escrivaninha do computador que anda capenga.

desde então só como óstia com um salaminho em cima. e se deixar pingo um limão.
dizem que a igreja tá preocupada com a 'fuga' de fiéis. começa a oferecer óstia recheada que vai ter mais gente na igreja do que no último jogo do corinthians.

eu até queria ser mais católico, se não fosse o fato de igrejas, em geral, serem assutadoras. contando com o Kasper Hauser, já somam dois com medo de igreja.
e também me desanima os comentários literalmente brochantes do papa: não transem.

- então papa, eu sei que é sacanagem dizer isso pra você, dada suas condições e seus votos, mas transar é bom. bom pra caramba. principalmente quando não precisa ligar no dia seguinte. então, por favor, dá um tempo com essa história de proibir a camisinha. pelo menos libera a pílula, vai... nem terminei de pagar minha faculdade, vai que dá uma zica.

brincadeira. tirando o fato de eu parecer um anti-cristo machista, na verdade, é o meu jeitão de falar bobagem pra pessoas rirem, mais ou menos como o... papa!
olha só, sou mais católico do que eu pensava!

o legal de falar mal da igreja é que tirando minhas avós ninguém mais é católico. então eu não ofendo ninguém. tipo chutar cachorro morto.
mas imagina se eu começo falar daquele rabino, o Sobel. porque se você fala qualquer coisa de judeu já invocam um campo de concentração e te acusam de anti-semita.
- anti-semita? eu? mas eu nem sei extamente o que é "semita" como vou ser "anti"? nem sei qual é a diferença entre semita, sionista, judeu, hebraico e banqueiro.

depois dizem que judeu é mão fechada. só até entrar numa loja de gravata grã-fina!

a real é que eu estou mais mobilizado pra ver o gol mil do romário do que pra chegada do papa em aparecida; achei o episódio do Sobel mais engraçado que ver o palmeiras perder nos pênaltis pro conceituado ipatinga e, aproveitando o ensejo do politicamente incorreto, eu queria ter um amigo mulçumano só pra perguntar:
- ô meu, você não entra em banco porque detesta judeu ou porque sempre te pegam no detector de metais?

pronto. foram as três.

feliz páscoa. e por favor, não siga ícones, apenas use de atalho.

2 comentários:

Anônimo disse...

Ei bonitinho,
gosto dos seus textos, mas este achei magrinho... o que aconteceu contigo?
beijo

Rafael disse...

peguei uma dengue literária...tô perdendo peso...hahaha

:(

acho que a única coisa estável que mantenho na minha vida é escovar os dentes antes de dormir...