quarta-feira, setembro 27, 2006

detesto falar de política (menos nos bares que o povo de sociais vai, que aí preciso fazer minha média anti-alguma coisa), mas preciso comentar que tudo indica que o Lula, no probabelíssimo próximo mandato, irá governar estilo pequeno príncipe: uma mescla de ingenuidade e solidão.
cada dia que eu abro jornal, e não é o caderno de esporte (uma média de uma vez a cada três dias) eu vejo alguém do PT sendo cassado, acusado, ou se demitindo pra facilitar as coisas.
quem vai sobrar, é a pergunta que se faz.
isso se chama, freudianamente de "repressão sexual voltada para o gozo". depois de vinte anos, com aqueles discursos, bravatas e greves, se segurando na ética, de repente, ver todas aquelas possibilidades de trambiques, vários outros políticos deitando e rolando ("porque eles podem e eu não?") a partir desse princípio infantil, os caras explodiram de uma vez só. pum!
todo mundo alucinando em fazer algo que não presta; é muito tentador.
isso conclui que, tirando aqueles políticos ligados ao Bob Dylan, o resto é uma raça nojenta mesmo, absurdamente corruptível, o que justifica minha campanha político-zoológica: "não alimente os animais. vote nulo"

falando em raça, o füher do PFL que disse que aquela "raça" petista acabaria, ao contrário do que pensa a Carta Capital (se bem que eu nem li), acertou em cheio. acabou-se, numa auto-extinguição petista. os que acreditavam, estão numa vergonha, numa língua mordida, que suas bandeiras vermelhas hoje enfeitam o abajur e compõe uma cortina pós-neo-nada.
os que ainda acreditam, e levam a sério até greve de estagiário, foram pro PSOL, e o resto que ficou, foi cassado ou foi "convidado a se retirar". até os malufistas duraram mais tempo. tem que roubar no migué, na cadência. os caras foram com muita sede ao pote. estilo adolescente. corrupto precoce, dançaram.



dizem que no jogo de dardo, vence quem fizer mais pontos. e quanto vale acertar, em cheio, o pé de uma juíza distraidíssima? um milhão de pontos? pensa bem, é um alvo que se move. nunca mais vou dizer que sou azarado. nada, absolutamente nada, ganha de levar um dardaço atravessado no pé.... ela merece um prêmio "não sou distraída, apenas tenho um distúrbio de défcit de atenção estilo autista". ou então "não sou distraída, sou uma juíza de jogo de xadrez, e estava fazendo um frila".


enfim, meu trabalho extenuante de ser eu mesmo, poda minhas chances de ser/fazer/escrever coisas interessantes. ser interessante dá muito trabalho na medida em que você tem que ser bom. vou fazer que nem o Wood Allen e se utilizar da auto-depreciação como forma de agradar. minha última tentativa é: parecer ser interessante negando a vontade de ser interessante.
juro que quando eu aprender a ser engraçado compulsivamente (sem ser com uma platéia bêbada que nem aquela vez que eu saí me sentindo o tal) eu vou escrever todo dia uma crônica "dez"!

enquanto isso, eu continuo acreditando nos passarinhos: são únicos que conseguem cantar numa segunda de manhã.

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